Páginas

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Maconha, Ventania




Quantas noites sem dormir olhando da minha janela
Luzes da cidade, viajo o pensamento
Madrugada adentro enquanto muitos dormem
Quantos loucos atearam fogo aceleraram a mente
Viajaram na fumaça louca
Que passando a todos foi de boca em boca
No silêncio sinto essa fumaça me lavar o rosto
Maquinar meu cérebro fazendo louco
Me indagando à noite pela lucidez
Como posso eu parar na noite pra dar mais um trago
Se eu vivo essa lucidez tão louco
Só por mais um pouco eu vou pirar de vez
São os olhos de um poeta louco que contempla a noite
Na palavra certa de um pensamento
Só por um momento de inspiração

Quantas noites sem dormir olhando da minha janela
Luzes da cidade, viajo o pensamento
Madrugada adentro enquanto muitos dormem

Quantas noites sem dormir olhando da minha janela
Luzes da cidade, viajo o pensamento
Madrugada adentro enquanto muitos dormem
Quantos loucos atearam fogo aceleraram a mente
Viajaram na fumaça louca
Que passando a todos foi de boca em boca
No silêncio sinto essa fumaça me lavar o rosto
Maquinar meu cérebro fazendo louco
Me indagando à noite pela lucidez
Como posso eu parar na noite pra dar mais um trago
Se eu vivo essa lucidez tão louco
Só por mais um pouco eu vou pirar de vez
São os olhos de um poeta louco que contempla a noite
Na palavra certa de um pensamento
Só por um momento de inspiração

Quantas noites sem dormir olhando da minha janela
Luzes da cidade, viajo o pensamento
Madrugada adentro enquanto muitos dormem

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Um dia qualquer na vida de um cara que não se importa muito com as pessoas.

Em algumas estações
do ano
não há espaço para
pessoas boas
em sua cabeça
cheia de problemas
e pensamentos, e
coisas inúteis.
Mesmo com todas as
flores, ou folhas mortas
praia quente, cheia
de gente,
frio que corta,
neve que cai.
Tudo parece uma privada
entupida de merda
até a borda.
E então você
caminha, você caminha
e vai para qualquer lugar que
sua mente acha que
você deva estar.
E então você para
porque encontrou
alguém, alguém vestida com
alguma roupa que você
nem sequer se lembre da cor.
E você se sente tão bem
como se o céu existisse
de verdade
e como se estivesse
num bar dentro dele
tomando alguma cerveja de trigo
com São Valentim.
Mas ele quer
que você a salve de tudo!
Daquela privada imunda
de banheiro público.
E você não tem
coragem o suficiente
para enfiar a mão
lá dentro e salvá-la.
E então ela vai
embora
e se mistura com todos
naquela praia,
naquelas flores,
naquelas folhas mortas.
Você é um cara
pior que todos eles
juntos.

Verline

sábado, 12 de outubro de 2013

A arte se paga com lucidez!

Quando você começar
a entender
o que esses caras
querem dizer
com suas canções, com suas pinturas
ou suas palavras.
Estará certo de que estará
no caminho certo
para a mesma loucura
desses caras.

Verline

Um brinde ao Buk, um brinde ao Jhonny, um brinde à todos os filhos da puta.

Você tem que saber
andar sobre o fio tênue
que separa a inspiração
da copia barata.
E eu me sinto cambaleando
bêbado por ele.
Hora acho que sou
apenas mais uma
das muitas
copias baratas do velho safado
espalhadas por aí
aos montes
como baratas de fato
sendo pisoteadas por fãs
e criticos.
E às vezes prefiro
acreditar que o mesmo
seja uma grande e gorda
fonte de inspiração para mim
e para as minhas poesias.
No fim das contas
com o copo já vazio
e a visão embaçada
tudo isso não me importa.

Verline


Gabriel, e a ideia de um best-seller que desceu pelo ralo.

Ela nunca teve um
nome.
Sabe, nunca a batizei
sou péssimo nessas coisas
ela não tinha um
simplesmente.
A única coisa que eu sabia
era de um câncer
que lhe fazia apagar
aos poucos.
Se chamava Gabriel
e não pense que foi eu
quem escolheu esse nome
merda, já disse que
não sou muito bom nessas coisas.
Gabriel, foi assim que ela
o batizou.
E era meio louco
porque
eles conversavam.
Assim ela me dizia:
"Ei cara, hoje conversamos
sobre a minha cabeça raspada.
Ele me disse que
eu tinha cabelos lindos."
E então chorava.
Eles brigavam:
"Oh Gabriel, por que diabos
você faz isso comigo?
Não ver que estou sofrendo!?"
Mas logo faziam as pazes
pois só lhes restavam
um ao outro
até o fim dos seus dias.

Eu estava fazendo qualquer coisa
sem importância
quando isso me veio à cabeça.
E foi como se eu
realmente pudesse
deixar de coçar o saco.
E por alguns meses
cheguei a cogitar essa ideia
ambiciosa demais.
Venderia bastante, eu sei.
E então eu teria carros importados,
casas na colina,
mulheres interessadas apenas no meu dinheiro.
Teria falsos amigos
e talvez até me venderia.
Seria complicado.
Eu doaria uma merreca
para qualquer instituição
só para fazer o livro
vender ainda mais.
E teria comerciais de tv,
entrevistas e minha conta
cada vez mais gorda.
Seria cruel!
Ah...deixa esse diamante
sem ser lapidado.
Que outro louco filho da puta
roube o meu lugar
no inferno.
E que ele seja bom em nomes.

Verline.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Maria Joana



Eis aqui
o fruto dos deuses
que aflora os sentidos
mais extintos
da minha alma.
Que aumenta ao máximo o volume
dos sons que eles produzem.
Sejam bons ou ruins
cômicos ou melancólicos.
Se choro ou se dou risada
aproveito tudo ao extremo.
Para então poder pousar minha cabeça
em meu corpo.
E pousar o meu corpo
no teu.

Jhonny Verline.

sábado, 31 de agosto de 2013

Rascunho #6



Ela tinha curvas
capazes de fazer qualquer homem
perder a cabeça.
Homens de verdade,
com suas cabeças rolando por aí.

Era como se Deus
- ou seria o Diabo? -
ou quem quer que fosse
Estivesse num daqueles dias inspirados
quando a criou.

Aqueles dias em que chegamos a acreditar
que possamos escrever best-sellers jamais vistos.
Ou compor melodias
capazes de enlouquecer as melhores mentes
e ouvidos deste mundo.

Tinha cerca de um metro e setenta de altura
cabelos negros e meio curtos,
uma pele clara, macia e angelical.
Tinha uma boca carnuda,
e as pernas mais lindas que já vi
em todos estes longos vinte e sete anos de idade.

Seus seios pareciam moldados
por aqueles pintores, poetas e escultores dos tempos antigos.
E seu trasseiro não era grande nem pequeno.
Era um traseiro ideal, sim!

Tudo perfeito, baby.
Como se estivesse saído das páginas do Admirável Mundo Novo
que o Aldous um dia criou.

Eu seria capaz de fazer amor com ela.
Amor de verdade, sim.
Trepariamos ao som de Led Zeppelin
E seria divino.

Jhonny Verline

domingo, 25 de agosto de 2013

Rascunho #5



Corpos banhados a vinho
e desejo contido.
No embalo de um Kozmic Blues
dançando como se fossem apenas um.

E suas almas corriam
com o passar da noite.
Fugiam aos poucos com as horas
e depois com as dúvidas.
Com as luzes e depois com as roupas.

Corpos exaustos.
Entregues!
E suas almas fugiram com o suor
e o êxtase.
Partiram com a noite.

Jhonny Verline.

domingo, 4 de agosto de 2013

Rascunho #4, em três partes.




I

Estávamos nós
ela e eu
pelados.
Em um quarto de motel barato
numa cama
deitados.
Não estávamos sós
todas as estações nos acompanhavam.

II

E a cada golpe meu
chovia, nevava e fazia calor.
Flores desabrochavam
Folhas envelheciam e morriam
pintando o chão de dourado.
Ela mantinha os olhos fechados...longe.
Não fazia ideia de onde se perdiam
Mas não importava.
Eu sabia
ela gostava.
Eu sentia
ela gozava.

III

Enquanto meus golpes
cada vez mais rápidos
acalmavam aquele corpo furioso.
V a g a r o s a m e n t e navegava
desvendava incasavelmente
todo aquele mundo em que me encontrava.
mundo em que eu me perdia.

Jhonny Verline.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Rascunho #3



A vitrola gemia
como se a própria estivesse sendo fodida.
E os corpos dançavam ao som
com o suor e os gritos
de uma noite que ardia.

Jhonny Verline.

M

Quando saía de madrugada
caminhava sem sequer saber para onde.
Eu detestava ouvir o som dos meus passos
Tinha medo de que estivessem me seguindo.
Recorria aos divinos fones de ouvido
Então continuava andando...uma rua, duas, dez!
O intervalo entre as músicas eram cruéis
Segundos que pareciam semanas!
Como se aquele tempo fosse o suficiente
para que eu fosse enviado ao inferno
e forçado a lutar contra todos os meus demônios.
Mas ao soar do primeiro acorde da canção seguinte
sabia que estava salvo!
Pelo menos por alguns minutos
minutos que pareciam milésimos
mas tudo bem.
E começava tudo outra vez
Até chegar em algum lugar
Na verdade
lugar algum.

Rodrigues.

Minha poesia é como a minha porra.



Minha poesia é como um rio
que ninguém fez e está lá.
Seguindo o seu curso
com os peixes se comendo.
É como a minha porra que jorra
sem direção qualquer.
Talvez sem nada a dizer
e quase sempre sem ritmo.
Mas com a alma do momento
o milagre divino
a benção!
O meu egoísmo.
Fodo os padrões
e a métrica poética
quase sempre
patética
que eles tanto impõe.
E então gozo em suas caras.

Jhonny Verline.

terça-feira, 25 de junho de 2013

O Diagnóstico



Você passou por mim
como se fosse uma vida inteira.
E então me vi deitado numa cama de hospital
em coma durante séculos.

E a vida inteira passou por mim
como se fosse uma agulhada.
Injetando sentimento nas veias de um corpo
cuja o coração era duro e de pedra.

Jhonny Verline.

O demônio que queria viver no céu.


Deixou a estação de trem
com uma chuva que lhe queimava a cara crua.
As coisas não foram como esperava lá em cima.
Com os céus superlotados
desempregado,
decidiu voltar.

E agora eles estão chorando de rir
E suas lágrimas lhe queimam a pele fria e nua.
Todos os seus sonhos que não dão
nem vão dar certo
Se encarnam em monstros
capazes de lhe arrancar a cabeça.

Rodrigues.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Palavras Bêbadas


No bar
um lar.
Mesa cadeira
papel
caneta.
Palavras destiladas
tragadas
caretas.
E lá vou eu...
Cambaleando pelas linhas horizontais
costurando-as.
E lá vão elas...
Rumo ao olhos de quem as leem
Embebedando-as.

Rodrigues.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Da série: Pessoa(s), final.


Em mim são muitos;
muitos que quero matar.
E cada qual com seus vícios
e paixões.
Seus defeitos
Suas virtudes.

Em mim são muitos;
muitos que quero matar.
E cada qual com sua loucura
e lucidez.
Sua monotonia
Seus escritores e bebidas favoritas.

Em mim são muitos
muitos que quero matar.
No entando, não consigo.
São eles quem vão acabar um dia
comigo.

Rodrigues.

Rascunho #2



Porque uma foda
será sempre uma foda!
Até vir o amor
E foder com tudo.

Jhonny Verline.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carta à Europa



Às vezes te sinto tão próxima de mim
Quente, queima.
E é tão bom, sabe?
Só que, como o efeito de uma droga que passa
em cinco minutos já não consigo ver-te a olho nu!
Frio, queima.

Compro telescópios
Crio uma nave espacial
Não consigo
Não te enxergo.
Fracasso.
Desisto.

Mas como todo ciclo no universo
Te encontro em minha órbita anos luz depois.
Como quem não quer nada
Te encontro em minha rua sorrindo.
Resisto.
Fracasso.

Por que você não vai?
Se exploda!
Por que você não vem?
Ei, me exploda!
Por que você não fica?
Vamos explodir tudo!

Big bang boom!

Jhonny Verline/Rodrigues.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Eu e a madrugada

Sou amante das madrugadas da vida.
Do mundo, 
quando todos "eles" dormem.
Sonhos meus
e pesadelos até
Dançam entre as poltronas vermelhas de um teatro imaginário
construído na mais pura perfeição e detalhe
do pó da minha psicodelia.
Que escondida durante todo o dia
– Temendo olhos, ouvidos e olfatos
incapazes de sentirem qualquer coisa que ela venha mostrar –
toca todos os instrumentos de vida e morte.
E a madrugada aprecia, aplaude. 
pede mais...
E a madrugada
que é dos tolos
loucos, putas, poetas, bêbados e sonâmbulos
escuta e entende.

Rodrigues.